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O Ministério da Educação (MEC) aprovou uma série de mudanças na edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). As novas regras foram lançadas no edital e as inscrições para a edição deste ano foram encerradas dia 19 de maio. Uma das mudanças é que não estão mais disponíveis as porcentagens de desempenho por escolas, ou seja, as notas as quais provêm dados das melhores colocadas no Exame.
Outra mudança é em relação às provas, que este ano serão personalizadas, individuais e codificadas. O nome e número de inscrição constarão nas provas, no cartão de respostas e na folha de redação. Não serão mais utilizadas cores de prova diferentes, como era feito anteriormente. As provas serão realizadas em dois finais de semanas e a redação passa a ser realizada no primeiro domingo, juntamente com as provas de linguagem e ciências humanas. As provas do primeiro fim de semana terão duração de 5 horas e 30 minutos. No segundo domingo serão aplicadas as provas de matemática e ciências da natureza, com 4 horas e 30 minutos de duração.
Outra novidade presente no edital, é a isenção da taxa de inscrição, no valor de R$75,00, para pessoas incluídas no Cadastro Único, cadastro de famílias de baixa renda, que ganham até dois salários mínimos. Estudantes da rede pública de ensino também estão automaticamente isentos da taxa. A principal mudança que o ENEM traz este ano é que o resultado da prova não servirá mais como meio para obter certificação de conclusão do ensino médio.
Para o professor de sociologia Rogério Póvoa, que trabalha há 12 anos no Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN), essas novas mudanças no Enem trouxeram espanto. “O Enem antes servia como comprovante do ensino médio, confirmação do seu conhecimento e dos conteúdos que você dominava. Facilitava o término do ensino médio na idade ideal, baseada em um princípio universal. Muitas pessoas que trabalham, não têm como fazer o ensino regular. Então, o ENEM servia como uma alternativa para essa situação. A mudança desqualifica essa opção e tira a possibilidade de as pessoas concluírem o ensino médio de forma mais rápida. Isso é um retrocesso. O Exame é uma prova que avalia o aluno do ensino médio para que ele possa ingressar em um curso de ensino superior e avalia o desempenho de professores nas escolas. Não poderia trazer essas limitações agora”.
Póvoa ainda afirma que a taxa cobrada pelo exame é excludente. “Não deve-se ver o quanto ele custa, mas o quanto ele vale para o país. O Ministério da Educação deveria realocar recursos para custear o exame, já que para as pessoas não servirá mais como certificado do ensino médio. A educação está sendo vista como gasto e não como investimento”.
Para a estudantes do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte Adaíra Santos de Araújo, as mudanças ocorridas no Enem foram aprovadas. “Eu acho melhor o Exame ser realizado em dois finais de semana diferentes, porque a pessoa tem mais tempo para se preparar entre as duas provas. Nós podemos relaxar e ficar mais tranquilos para realizar a outra prova”, afirma Adaíra.
O ENEM será realizado nos dias 5 e 12 de novembro com todas as novas regras valendo. Todas as informações para o evento estão disponíveis em no site do Inep.
Escrito por Flavyana Silva